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Uma reflexão sobre educação no Brasil!

  • Horus Mentoria
  • 24 de ago.
  • 4 min de leitura
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Parece, mas não é


É fácil confundir as coisas. Parece que é, mas não é! Como diz a sabedoria popular, as aparências enganam e nem tudo o que reluz é ouro. É por essa ótica que avalio a declaração da Márcia Aparecida Farias, de 41 anos, sobre a filha de 8 anos que deixou de estudar em escola particular para ir para a rede municipal na matéria que foi publicada do jornal Estadão no dia 15/2/2016. 

 

“ Eu ia colocá-la na escola privada, mas quando vi que as escolas públicas daqui usavam os mesmos materiais das escolas particulares da capital, decidi que iria tentar. Não me arrependi, a escola é ótima.


Substituição imprescindível


Nota-se que a cada dia que passa a humanidade está mais superficial, tudo isso no meu ver se trata de uma visão de objeto, antes que me entendam mal, vou concordar com o mestre e educador Paulo Freire que falava: “O homem é objeto por distorção e sujeito por vocação”.


Quando leio uma reportagem como essa, no que tange ao usuário da educação, vejo claramente que existe uma forte luta pela sobrevivência, nessa o que realmente importa é ter um emprego para por comida na mesa e nada mais.


Indo além nessa reflexão cabe afirmar que a educação atual fabrica o profissional da atualidade e o aprisiona nesse mundo, através de seus processos repetitivos e nada criativos pois num ciclo de sobrevivência as ações de escassez, como o controle e a repetição são imprescindíveis e justificam inclusive o não investimento numa educação como decidido pela Sra. Marcia, afinal esse é o resultado da luta mediante a práxis da vida.


Mas antes que me interpretem como a favor da educação privada e contra a do estado, faço questão de afirmar que o problema é bem maior do que imaginamos e não sou a favor de nenhum lado e sim de uma grande reforma.


Demais e de menos


Se tem algo em comum tanto na educação privada quanto na do estado é o sentido de organização.


A palavra organização vem do latim ordo e quer dizer o arranjo de elementos feito conforme certos critérios, e ordiri, que é ordenar, dispor tudo de forma regrada, comandar.


Assim, as instituições públicas e privadas e com a minha atenção em especial, as instituições educacionais, ambas foram organizadas, por meio de cargos e funções, dispostos em organogramas, assim como Alexandre o grande, que inaugurou à luz desse método seu exército em meados de 300 a.C.


O trabalho da educação transformou-se em processos ordenados e delineados na forma de fluxogramas e acordos documentados e registrados.


Por isso temos informações sobre a educação em forma de cronogramas com prazos ou através de diversos documentos como a lei de diretriz e base, o PCN, o currículo e outros demais feitos por generalistas. No fim nada se realiza como planejado pois cumpre a promessa da dicotomia atual.


Portanto uma organização dessa, público ou privada não parece ser o ambiente apropriado para oferecer às pessoas o significado que elas buscam, ou seja, um espaço convidativo ao surgimento de ideias criativas ou propício a que aflorem potencialidades através da aprendizagem, assim como era o processo de educação do homem grego antigo chamado PAIDEA.


O que deveria incentivar a evolução do homem com o nascimento de asas transformou-se em gaiola. A produtividade no lugar da inspiração, a eficiência no lugar da paixão, o controle no lugar da confiança.


Um ponto de partida para uma mudança que busca um equilíbrio nesse sistema é trazermos o assunto para o universo que decidimos e não mais deixar onde só administramos.


Nessa direção, entendo que o melhor a fazer é propor um envolvimento de cada humano nessa questão, para que avalie e amplie seu campo de visão no quesito educação, aprofundando-se nos temários para que não julgue de bate pronto se a escola é boa ou ruim como a Sra. Marcia nos deixou seu exemplo.


Um bom início após essa etapa seria também responder à pergunta: O que tem de menos e demais na educação? Os itens que tem em demasiado, podem iniciar-se no recebimento duplicado de material como cita a reportagem para avaliar a partir dessa ampliação proposta da visão.


Trilhos e trilhas


Um outro olhar que precisamos ter é que não são poucos os professores que procuram colocar seus alunos nos trilhos, assim como acontece o mesmo em todas as esferas de comando dessa tal educação fabril e fabricada.


Não é por acaso que os sistemas privados de ensino ganham espaço, estamos falando de uma grandiosa estratégia de sermos todos transformados em trens, com estações, velocidades e horários controlados. Querem que os passageiros aceitem suas condições, normas e forma de educação e trabalho. Querem que aceitem as leis de fora que sujeitos distorcidos como objetos criaram.


Claro que sempre num deserto, tem um oásis ou u ponto verde fonte d’água e isso se representa no adendo da reportagem sobre a declaração da Cristina Assumpção, coordenadora do Colégio Bandeirantes.


Mas compreendo que em geral, muitos acreditam que a educação atual foi a melhor concepção dos últimos anos.  


Oferecendo ferramentas que pretendem assegurar a estabilidade de sobrevivência com a constância dos comportamentos e a regularidade dos números. Mas vivem todos num trilho, sobrevivendo com a geração da ilusão do controle.


Trilhas são apenas esboços de trajetos, possibilidades como era a palavra currículo no seu início.


O grande objetivo era sinalizar uma direção, mas no fundo era assegurar a continuidade da caminhada.


É preciso correr riscos, enfrentar imprevistos, lidar com o desconhecido, enfim, voltar a ser sujeito.

 

Keine Alves

Líder Educador

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